Primeiro navio com 27,35 mil toneladas de milho isento de ICMS chega ao ES

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Foto: Governo do ES

O primeiro navio com carregamento de Milho vindo da Argentina chegou ao Espírito Santo nesta terça-feira (23). Ao todo, foram compradas 27,35 mil toneladas, após o Governador Paulo Hartung sancionar em maio a isenção da cobrança do ICMS sobre o produto importado. A aquisição foi feita pelas Associações dos Avicultores e de Suinocultores do Espírito Santo (Aves/Ases). A importação do milho é uma alternativa frente a dificuldade encontrada pelos produtores capixabas para garantir o abastecimento, além de tentar minimizar a pressão sobre o preço do produto no mercado interno que vem apresentando escassez.

Participaram da recepção do navio, no Porto de Capuaba, em Vila Velha, o governador Paulo Hartung; o vice-governador César Colnago; o secretário de Estado da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca, Octaciano Neto; o diretor-presidente do Incaper, Marcelo Suzart; o subsecretário de Estado da Fazenda, Bruno Negris; o diretor-presidente da Codesa, Luis Claudio Santana Montenegro; o inspetor-chefe da Alfandega no Estado, Flávio José Passos Coelho; o diretor-executivo das Associações de Avicultores e Suinocultores do Espírito Santo, Nélio Hand; além de outras autoridades.

De acordo com as associações, cerca de 60 produtores serão beneficiados com a chegada da carga. O investimento para a aquisição foi de US$ 5,521 milhões. O navio deve demorar aproximadamente cinco dias para ser descarregado. Porém, parte do milho será armazenada em silos na Codesa para posterior retirada em carreta por parte dos produtores. Toda a operação não deverá durar mais do que 10 dias.

A carga atende a quase 50% da demanda mensal por milho, somente no caso da avicultura e suinocultura capixabas. A carga vai ser direcionada para dez municípios: Santa Maria de Jetibá, Vargem Alta, Castelo, Viana, Marechal Floriano, Domingos Martins, Alfredo Chaves, Mucurici, Linhares, Jaguaré. Se considerado o consumo de milho por parte da avicultura e suinocultura, a carga servirá para alimentar os animais em torno de 15 dias.

A compra de uma nova carga já está sendo negociada para o próximo mês. “Já foi fechada a compra de uma segunda carga de mais de 27 mil toneladas, com previsão de chegada no final de setembro. Estamos já realizando movimentações para a aquisição de uma nova carga para o mês seguinte”, antecipou Nélio Hand, diretor-executivo das Associações de Avicultores e Suinocultores do Espírito Santo.

A importação de milho da Argentina só está sendo possível porque o Governo do Estado isentou a cobrança de ICMS (12%) do produto importado. O milho é o principal insumo dos setores de avicultura, suinocultura e proteína animal. A isenção do imposto atende a uma solicitação feita pelos produtores capixabas, que vêm sofrendo com a alta do preço do milho no mercado interno e com a ameaça do desabastecimento.

O secretário de Estado da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca, Octaciano Neto, afirmou que a isenção do ICMS diminuiu o custo do insumo ao produtor. “Com a seca no Centro-Oeste e o preço do milho subiu. E o imposto do produto vindo de lá é de 8,4% de ICMS e o frete custa R$ 15 a tonelada. Já vindo da Argentina o imposto é zero, e com o navio e mais o frete, até as fazendas e granjas produtoras, está ficando em R$ 6 a tonelada. Então, essa diferença entre o frete e o imposto foi o diferencial da competitividade para o nosso produtor”, disse Octaciano.

A aquisição da carga foi negociada durante organizou uma missão oficial à Argentina organizada pelo Governo do Estado, em maio, com o objetivo de estreitar o diálogo comercial e diplomático com autoridades, produtores e exportadores de milho do país vizinho. A comitiva contou com a presença do secretário de Estado da Agricultura, empresários do setor de proteína animal e dirigentes de cooperativas capixabas.

Vantagem
O Espírito Santo consome aproximadamente um milhão de toneladas de milho por ano. O preço do produto no mercado interno aumentou mais de 60% no último ano. O milho é o componente predominante das rações das aves e suínos, correspondendo a 70% do insumo necessário para a produção de carnes e ovos. O estado produz apenas 10% do milho utilizado pelos setores de proteína animal. O restante vem da região Centro-Oeste.

O frete do milho do Mato Grosso para as granjas da região serrana do Espírito Santo gira em torno de R$ 15 o saco. O mesmo saco de milho importado da Argentina terá um custo de frete de R$ 6.

Avicultura
Os setores de avicultura e suinocultura geram aproximadamente 22 mil empregos diretos no Espírito Santo, mas, segundo dados das associações que representam os setores, cerca de 100 mil famílias possuem algum envolvimento com as atividades produtivas.

A avicultura desempenha um importante papel socioeconômico no estado. Atualmente, existem 154 produtores na postura comercial; 44 de frango de corte; 16 de codorna; nove abatedouros e três incubatórios. Ressalta-se que além dos avicultores e empresas quantificadas existem vários serviços terceirizados e parcerias com micro e pequenos produtores rurais.

Na avicultura de postura, a produção média mensal é de 753.987 caixas com 30 dúzias de ovos de mesa. O Espírito Santo é responsável por quase 11% da produção de ovos no país e o município de Santa Maria de Jetibá detém 93,30% desta produção, sendo o segundo maior produtor de ovos do Brasil, com 12 milhões de ovos produzidos diariamente. A avicultura de corte registra o abate de 7.510 toneladas de aves. São 3.280.057 cabeças de pintos de corte; 72.824 caixas com 50 dúzias de ovos de codorna; 5.363.167 cabeças de frango vivo e 341.269 cabeças de pintinhos de postura e caipira.


Suinocultura

Atualmente, existem 38 suinocultores no estado, entre grandes, médios e pequenos produtores, e oito abatedouros. A produção de carne do setor é totalmente consumida no mercado interno, derivada do processamento em indústrias com inspeção estadual e municipal.

A produção no Estado é bastante pulverizada, mas nota-se uma concentração significativa na região Sul. O principal município produtor de suínos é Cachoeiro de Itapemirim, com 25,55% da produção estadual. Em seguida, está Viana, com 13,04%, e Venda Nova do Imigrante, com 13,02%.

 

Ingrid Castilho

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