Índice de Preços ao Produtor sobe quase 20%

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Ano de 2020 foi marcado por uma forte valorização dos produtos agropecuários

O ano de 2020 foi marcado por uma forte valorização dos produtos agropecuários. Com os preços mais altos, especialmente de grãos como a soja, milho, arroz e algodão e da arroba do boi, suínos e leite, o Índice de Preços ao Produtor de Grupos de Produtos Agropecuários (IPPA/Cepea) teve alta de 18,95% em relação a 2019.

Cálculos do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP) mostram que de 2019 para 2020, as altas reais foram de 29,69% no IPPA-Grãos/Cepea, de 15,54% no IPPA-Pecuária/Cepea e de 2,58% no IPPA-Café+Cana/Cepea. Já o IPPA-Hortifrutícolas/Cepea apresentou ligeira queda real de 0,63% em 2020 frente ao ano anterior.

Com o forte aumento dos preços agropecuários desde o segundo semestre de 2019, o IPPA passou a apresentar vantagem frente aos preços industriais, cenário que não era observado desde meados de 2017.

Entre o terceiro e o quarto trimestre de 2020, o índice aumentou 11,15%, devido a choques não antecipados, que resultaram em índices acima das médias esperadas e fizeram com que o IPPA superasse o limite superior da normalidade em alguns meses.

Esse comportamento refletiu as altas nos IPPAs de pecuária, grãos e hortifrutícolas, que, na mesma comparação, avançaram 6,61%, 18,59% e 19,86%, respectivamente. Já o cenário para o café+cana foi de queda entre o terceiro e o quarto trimestre, de 3,95%.

Em dezembro, o preço observado ficou próximo do comportamento esperado, o que refletiu a desaceleração nos preços do arroz, milho e soja, produtos que tiveram altas expressivas em meados do quarto trimestre. Exceção foi registrada para o algodão, cuja cotação manteve-se acima do esperado nos últimos três meses do ano. Ela foi impulsionada pela ligeira alta nos valores externos, pelo aumento na paridade de exportação (influenciados pela desvalorização do Real frente ao dólar) e pela retração de vendedores, que estavam focados no cumprimento de contratos.

Com relação ao boi gordo, houve aceleração dos preços em outubro e em novembro e desaceleração em dezembro, pressionados pelo afastamento de compradores e pelo ligeiro crescimento na oferta de animais para abate. Para os suínos, o movimento de alta nos preços foi intensificado em outubro, com os valores da maioria dos produtos suinícolas em patamares recordes. No caso do leite, segundo a equipe Leite/Cepea, o ano de 2020 foi marcado por adversidades, resultando em um ano de desequilíbrios entre a oferta e a demanda e de elevação substancial dos preços no campo, com o valor médio de outubro atingindo o recorde.

Agrolink

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