Greve dos caminhoneiros tirou 1,2 ponto porcentual do PIB de 2018

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A secretária-executiva do ministério da Fazenda, Ana Paula Vescovi, disse nesta segunda-feira (15/10), que a greve dos caminhoneiros, responsável por uma crise de abastecimento sem precedentes em maio, tirou 1,2 ponto porcentual de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano. A secretária citou a paralisação dos caminhoneiros ao explicar, durante seminário na capital paulista, o crescimento apenas modesto da economia, na esteira de dois anos de recessão.

Atividade produtiva – “Houve durante a greve a destruição da possibilidade de se ter atividade produtiva… Teríamos percepção de crescimento mais engatado do que temos hoje não fosse a greve, que tirou parte importante da recuperação cíclica de 2018”, comentou Ana Paula.

Enfrentamento – A secretária frisou que o crescimento sustentável do PIB depende do enfrentamento da crise fiscal – o que passa pela reforma da Previdência, classificada por ela como “urgente e essencial” -, bem como da melhora da produtividade da economia, esta dependente de abertura comercial e reforma tributária.

Defesa – Ela aproveitou ainda o seminário, promovido pela Internews, para defender a manutenção da regra, bastante criticada durante as eleições, que fixou um teto aos gastos públicos. Além de permitir maior realismo orçamentário, dando fim aos contingenciamentos bilionários de orçamento, a regra, sustentou, representa uma sinalização a investidores de que o Brasil conseguirá estabilizar sua dívida num futuro próximo.

Ajuste fiscal – Ao mesmo tempo, observou Ana Paula, a norma prevê um ajuste fiscal feito de forma gradual com corte de despesas, tirando da sociedade a pressão por aumento de carga tributária.

Teto de gastos – Segundo ela, o ministério da Fazenda está preparando um documento sobre a viabilidade do regime de teto dos gastos públicos no próximo governo. “Nosso papel é fazer o convencimento sobre a regra, já que ela foi bastante atacada nas eleições”, disse a secretária.

Meta – Além de reforçar que a meta que limita em R$ 159 bilhões o rombo das contas públicas será alcançada com folga neste ano, ela destacou que o próximo governo receberá um orçamento que lhe permitirá “rodar bem” em 2019, com cumprimento tanto da regra do teto quando da regra de ouro.

Fonte de recursos – No caso dessa última norma, que proíbe a União de contrair dívidas para custear despesas correntes, Ana Paula reforçou que o lucro do Banco Central com a valorização das reservas internacionais representará uma fonte de recursos para garantir a regra de ouro no ano que vem. “Entregamos um 2019 bem organizado, com todas as metas fiscais sendo cumpridas”, declarou a secretária.

O Estado de São Paulo

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