Crise nos órgãos de defesa agropecuária e de fiscalização ambiental prejudica setores da economia

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A estrutura
precária no Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (Indea) e na
Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema-MT) está prejudicando as atividades
na pecuária e no setor madeireiro mato-grossense. A reclamação vai desde a
falta de veículos para fazer a fiscalização nas unidades produtoras até
escassez de papel para emitir os documentos de autorização ambiental e de
transporte da produção. Sem condições para oferecer o serviço aos produtores do
estado, os fiscais do Indea resolveram cruzar os braços, desde a segunda-feira
(8), e esperar que o governo cumpra o que prometeu no mês passado, que era
oferecer as mínimas condições de trabalho para os servidores.

Enquanto isso, a retirada de madeira de Mato Grosso poderá ficar comprometida,
com perdas diárias de R$ 4 milhões. A estimativa, segundo o diretor do Centro
das Indústrias Produtoras e Exportadoras de Madeira de Mato Grosso (Cipem),
Álvaro Leite, é que os prejuízos mensais fiquem em torno de R$ 140 milhões. O
consumo de toras no estado é de 3,5 milhões de metros cúbicos por ano.

O presidente do Fundo de Apoio à Madeira de Mato Groso (Famad) e
vice-presidente do Sindicato das Indústrias Madeireiras do Norte de Mato Grosso
(Sindusmat), Jaldes Langers, explica que o impacto é na falta de emissão dos
documentos que classificação as madeiras, sendo fundamental na venda do produto
para outros estados.

Ele afirma que os prejuízos poderão ganhar ênfase na próxima semana, quando o
setor teme a paralisação das atividades. “Estamos perdendo mercado. Muitos
compradores estão preferindo buscar madeira nos estados de Rondônia e no Pará.
Isso poderá ficar pior nos próximo dias porque não teremos madeira para
comercializar”.

Outro setor penalizado é da pecuária. A Associação dos Criadores Suínos de Mato
Grosso (Acrismat) até protocolou um pedido de liminar contra o Indea, que é
responsável pela emissão de Guia de Transporte Animal (GTA), devido à paralisação
que vem impedindo os produtores de transportar suínos no Estado.

Em nota, a Acrismat reclamou que a interrupção nos serviços do órgão que
trabalha na defesa agropecuária está provocando a lotação de granjas e
esvaziamento dos frigoríficos em Mato Grosso. “A geração de ICMS fica
reduzida e praticamente não há arrecadação de impostos, a carne se torna mais
cara e há grande prejuízo tanto para o produtor, quanto para o
frigorífico”, explica o assessor jurídico da Acrismat, Renato Olivo.

Com a situação afetando os frigoríficos do estado, a estimativa é que venha
faltar carne no mercado. Isso porque, a maior parte dos 40 frigoríficos em
funcionamento começa a paralisar os abates porque não há animais suficientes. A
operação não ocorre porque sem a emissão da Guia de Transporte Animal (GTA) não
há como destinar o gado das propriedades até as empresas. Prejuízo que
diariamente pode superar R$ 30 milhões confirma o presidente do Sindicato dos
Frigoríficos de Mato Grosso (Sindifrigo), Luis Antônio de Freitas.

Apesar do prejuízos os setores estão apoiando o movimento. “Somos
favoráveis às reivindicações do Sintap para esse processo de reestruturação.
Entendemos que o órgão fiscalizador da defesa sanitária precisa ter condições
financeiras e estruturais para executar seu trabalho”, pontua o diretor
executivo da Acrismat, Custódio Rodrigues.

 

 Agrolink


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