Com o sistema, 100% dos grãos são recolhidos, sem desperdício
A colheita de pimenta-do-reino com a instalação de lona estática no solo é uma técnica que vem chamando a atenção, após iniciativa do produtor Sávio Cazelli Torezani, em Pinheiros, no Espírito Santo. Com a implantação do sistema, 100% dos grãos de uma área de 80 hectares que receberam as lonas em sua propriedade são recolhidos. Entre outros benefícios está a redução do uso de herbicidas, tempo de irrigação, de secagem e rendimento no peso.
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O investimento, que fica em torno de R$ 25 mil por hectare com a lona já instalada, consiste na implantação de lonas de ráfia colocadas embaixo das plantas.
Com o sistema, as pimentas não têm contato direto com o solo e podem ser recolhidas posteriormente. Torezani reforça que o investimento vale a pena e que a quantidade colhida por planta é bem maior.
“Com o sistema das lonas, conseguimos obter de 300 a 500 gramas de pimenta a mais por planta, pois tudo o que é produzido conseguimos recolher, não havendo desperdício. No sistema utilizado anteriormente (sem as lonas) as pimentas que não eram colhidas na hora certa acabavam caindo no chão e se misturando ao solo e, muitas vezes, não era possível aproveitá-las, pois acabavam degradando, perdendo qualidade e não podendo ser aproveitadas para a comercialização. Com a lona de ráfia, nada é perdido”, comentou.
O consultor e técnico agrícola, Geferson dos Santos Nogueira, pontua que o sistema é o futuro de quem quer cultivar a pimenta-do-reino, principalmente devido à escassez de mão de obra. Por ser novidade, aponta que adequações e estudos já têm sido realizados para otimizar o sistema.
“São muitos os benefícios já identificados como a redução do custo na colheita e no índice de herbicida aplicado, pois a lona cobre o solo e vem menos mato, e a redução da quantidade de irrigação por semana, por manter mais umidade. No processo de manejo nutricional da planta, estamos estudando meios para usar matéria orgânica líquida via fertirrigação, ao invés de sólida, para não ter que retirar a lona uma vez ao ano, por exemplo. Outro ponto é o manejo de colheita dessa pimenta que cai na lona, precisamos desenvolver uma máquina para recolhimento, algo que já vem acontecendo”, disse o consultor.
Redação Campo Vivo