Chuvas renovam esperança de produtores rurais do ES

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Foto: Raquel Lopes / A Gazeta

Foto: Raquel Lopes / A Gazeta

O aumento do volume de chuvas no Espírito Santo renovou a esperança de produtores rurais do interior do estado. O cenário melhorou no campo e os agricultores já esperam uma boa colheita em 2018. O mês de novembro, por exemplo, é importante para a produção do café. É nessa fase que os grãos estão em fase de formação.

O produtor rural Renato Rubens Camatta tem uma área em Marilândia, no Noroeste do estado. Há um mês ele havia parado de ir à propriedade por causa da seca, que fez ele somar prejuízos na plantação de café.

As chuvas dos últimos dias fizeram, não só ele voltar ao local, como tornar ter a esperança de uma boa produção em 2018.

“É preciso ter chuva para poder ter trabalho. A chuva para o agricultor é o principal, sem ela não tem esperança  de nada. É um momento muito importante para o café se desenvolver e se não der para colher em 2017, que ajude a lavoura do próximo ano”, disse.

Camatta só conseguiu colher 80 sacas de café em 2016, sendo que o normal seriam 400. Ele não foi o único prejudicado. Por conta da pior estiagem das últimas década, o agronegócio do Espírito Santo acumulou perdas de R$ 3,6 bilhões ao longo dos dois últimos anos. Cafeicultura, fruticultura e olericultura (legumes) amargam os maiores prejuízos.

O diretor presidente do Incaper, Marcelo Suzart de Almeida, afirma que ainda não choveu o normal para o mês de novembro, mas a chuva já contribuiu com os produtores do estado, principalmente para as culturas de períodos mais curtos.

“Os produtores de olerícolas, principalmente folhosas, que demandam muita água, são favorecidos por essa condição climática, a produção aumenta com as chuvas que vieram”.

Para Suzart, culturas perenes, como o café, que sofreram mais com a falta de água, vão precisar de renovação para voltarem aos bons tempos. A chuva irá ajudar no processo.

“A colheita de 2017 já está prejudicada, mas ao entrar na normalidade é esperado uma melhor colheita de café em 2018. O retorno da normalidade irá trazer melhor conforto aos produtores, que, desde 2014, já estão tendo perdas por causa do déficit hídrico que o estado está passando”, completou.

Pastagem
O resultado das chuvas também está na pastagem, que voltou a crescer. Antes, muitos produtores precisavam comprar comida para os animais não morrerem de fome. É o caso da propriedade de Geraldo Butzlaff, que mora na comunidade de Cascatinha do Pancas, em Colatina.

“Depois que choveu eu não preciso irrigar e comprar comida para os animais. A produção vai aumentar ao alimentar a vaca com capim, tiro, de 19 vacas, cerca de 300 litros de leite por dia. A chuva traz tudo que a terra precisa. Agora tem como recomeçar”, comemora o produtor rural.

Por causa da seca, Butzlaff deixou de lado a maior parte do café e começou a investir mais na produção de leite, que, com as chuvas, pretende ampliar ainda mais.

Água precisa ser armazenada
O diretor presidente do Incaper, Marcelo Suzart de Almeida, afirma que é hora de os produtores aproveitarem as chuvas para armazenarem a água e não terem problemas futuros com a falta dela.

“Os produtores têm que aproveitar esse momento para fazer as correções de curva de nível, caixa seca para armazenar água e outras estruturas que mantenham a água no solo. Outra estrutura é a correção de fertilidade do solo, como a pastagem, que serve para fazer a correção da fertilidade e reter a água”, orienta Suzart.

Ele afirma que com essa prática o produtor consegue realizar uma barreira para a água e fazer com que ela infiltre no solo. “É essa água que vai aparecer nas nascentes daqui a seis meses. Quando a chuva vem com o solo exposta, o necessário não é retido”.

Raquel Lopes / A Gazeta

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