Avanço da safra faz preço do milho recuar no país

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Esse é um novo cenário para um setor que viveu momentos de escassez de produto e de preços elevados nos últimos meses.

A desaceleração dos preços ocorre devido ao avanço da colheita da safrinha, que, neste ano, tem um ritmo superior ao do de 2015.

Os dados do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) indicavam valores médios de R$ 48,4 por saca na segunda-feira (20). Esse preço é formado com base nos valores de negociações na região de Campinas (PR).

Já o indicador do Imea (Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária) aponta R$ 33 por saca em Mato Grosso, um valor 1,5% inferior ao da semana passada.

Para Lucilio Alves, pesquisador do Cepea, o cereal tem forte queda nas regiões onde há a segunda safra.

Em Cascavel (PR), a saca de milho, que era negociada a R$ 54 no final de março, já recuou para R$ 41,7. Em Sorriso (MT), caiu de R$ 38, em 18 de maio, para os atuais R$ 28. “A tendência atual é de queda, mas não sei se há espaço para grandes recuos”, diz Alves.

A área de milho deverá crescer no verão, mas a soja é muito competitiva nesse período. Além disso, a oferta de produto provindo da safra de verão só ocorrerá daqui a oito meses, e a próxima safrinha, cuja área também deverá ser maior, só ocorrerá em um ano. Ou seja, a oferta vai continuar limitada, apesar da chegada da produção da safra de inverno deste ano.

Alves afirma, no entanto, que esse ajuste de preços internos era previsto, uma vez que as indústrias pagaram pelo milho valores superiores aos do mercado externo.

Apesar da oferta maior de milho nas próximas semanas, com o avanço da safra, o volume produzido fica abaixo das expectativas iniciais.

O principal produtor nacional do cereal, Mato Grosso, por exemplo, deverá obter apenas 21,2 milhões de toneladas nesta safra. Se confirmado, esse volume ficará bem abaixo dos 26,2 milhões de toneladas de 2015.

Devido às demandas externa e interna, pelo menos 66% da produção deste ano já está negociada, conforme informações do Imea. No ano passado, eram 60% neste período do ano.

Folha de São Paulo

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