Semana teve leve queda para o café nas bolsas

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Mercado internacional passou por ajustes técnicos, mas os fundamentos seguem positivos, com menor oferta do Brasil

Os contratos futuros do café tiveram leve desvalorização semanal nos mercados internacionais, com o movimento sendo puxado por ajustes técnicos. Os fundamentos, contudo, seguem altistas, o que limita as perdas e sinaliza que os preços podem se recuperar.

Na Bolsa de Nova York, o vencimento março/21 recuou 170 pontos no intervalo, encerrando o pregão de quinta-feira (21) a US$ 1,2645 por libra-peso. Na ICE Europe, o contrato março/21 do café robusta fechou a US$ 1.323 por tonelada, com queda de US$ 30 na semana.

Ontem, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) anunciou que a safra 2021 do Brasil pode ter quebra de 21,4% a 30,5% ante 2020, com a produção brasileira ficando entre 43,9 milhões e 49,6 milhões de sacas de 60 kg.

Conforme a estatal, esse resultado reflete, além do ciclo de baixa na bienalidade do arábica, o impacto que a estiagem e as altas temperaturas tiveram no cinturão produtor entre agosto e outubro do ano passado.

Sobre o clima, a Somar Meteorologia alerta que permanece a condição para fortes precipitações e temporais no Estado de São Paulo nesse fim de semana. Pode chover, mas de forma fraca e isolada, nas áreas da divisa paulista com o Rio de Janeiro e no norte do Espírito Santo. Para o restante da Região Sudeste, a previsão é de tempo firme.

O dólar comercial teve desempenho positivo, também contribuindo para pressionar as soft commodities, como o café. No Brasil, o real foi pressionado pela intensificação de temores relacionados à falta de ajuste fiscal depois que os candidatos apoiados pelo governo às presidências da Câmara e do Senado declararam apoio ao auxílio emergencial, ainda que o fato viole o teto de gastos. A moeda norte-americana fechou em R$ 5,3641, avançando 1,1% na semana.

No mercado físico, as cotações tiveram pouca oscilação, mas a variedade arábica segue alcançando níveis recordes ao receber impulso da retração vendedora, uma vez que um alto percentual de produtores realizou a comercialização de forma antecipada, e da quebra na safra 2021 do Brasil.

O indicador calculado pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) para o arábica subiu 0,35% na semana e fechou a quinta-feira em R$ 654,24/saca, seu novo recorde nominal na série, que teve início em 1996. O do conilon permaneceu praticamente estável em R$ 416,18/saca.

CNC

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