Preço baixo do café leva a união entre produtores brasileiros e colombianos

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Maiores produtores mundiais de café arábica, Brasil e Colômbia são fortes concorrentes no mercado global, mas o atual cenário de baixa nos preços levou-os a se unir. Na sexta-feira (14/6), em Brasília (DF), representantes da cafeicultura dos dois países formalizaram uma aliança para desenvolver ações que visem garantir a renda de cafeicultores e evitar um empobrecimento de regiões produtoras.

“Os preços continuam abaixo dos custos de produção, agravando o empobrecimento das regiões cafeeiras ao redor do mundo e tornando incerta a oferta futura de café aos consumidores. A resposta do restante da cadeia de valor nesse intervalo de tempo, apesar das múltiplas tentativas de diálogo por parte dos países produtores e do Fórum Mundial de Produtores de Café (FMPC), tem sido muito insatisfatória”, justifica, em nota, o Conselho Nacional do Café (CNC).

O CNC é um dos signatários. Participam também a Federacion Nacional de Cafeteros (FNC), da Colômbia, Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Cooperativa dos Cafeicultores da Zona de Varginha (Minasul), Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA), Organização das Cooperativas do Brasil, Associação dos Sindicatos dos Produtores Rurais do Sul de Minas (Assul), Sociedade Rural Brasileira (SRB) e Frente Parlamentar do Café.

As intenções do grupo devem ser detalhadas entre 10 e 11 de julho, durante o Fórum Mundial dos Produtores de Café, em Campinas (SP). Entre as ações a serem propostas, estão aproximar produtores e consumidores finais e agregar valor na origem. Desta forma, seria possível distribuir melhor a riqueza gerada ao longo da cadeia produtiva, trazendo mais sustentabilidade aos produtores.

Os cafeicultores pretendem também pedir ao governo dos Estados Unidos e à Bolsa de Nova York (Ice Futures US) que regulem a participação do que chamam de agentes “não comerciais” no mercado futuro de café. Querem também medidas para aumentar a transparência na formação de preços do produto, de modo que reflitam a realidade da produção “sem a interferência de fatores externos”.

A principal referência internacional das cotações do café arábica é o contrato C, na Bolsa de Nova York. E não é a primeira vez que eficácia na formação dos preços colocada em dúvida. Em março passado, na 124ª sessão do Conselho Internacional do Café, em Nairobi, Quênia, cafeicultores de diversas partes do mundo emitiram um comunicado questionando se o Contrato C ainda seria o mecanismo correto de precificar o café.

Antes disso, a Federacion Nacional dos Cafeteros, da Colômbia, chegou a dizer que deixaria de negociar o produto com base no contrato de Nova York.

Globo Rural

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