No Coffee Summit, economista Gustavo Franco fala em otimismo moderado

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Foto: Divulgação

Em celebração aos 20 anos do Conselho de Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), a instituição realizou a 8ª edição do Coffee Summit. Com a presença de 30 entidades do setor cafeeiro, Nelson Carvalhaes, presidente do Cecafé, destacou na abertura a importância de trazer temas relevantes para o debate em um setor que tem conseguido “resultados fantásticos” caminhando para recorde histórico no ano safra 2018/2019.

As exportações de café brasileiro chegaram até agora em 34 milhões de sacas, aumento de 30,4% em relação à mesma base comparativa do ano anterior, quando o país embarcou 26,1 milhões de sacas.

Este ano o tema do Coffee Summit foi Cafés do Brasil: Qualidade com Sustentabilidade. Abriu o evento a palestra do economista e ex-presidente do Banco Central do Brasil, Gustavo Franco, com o tema “Economia do Novo Governo”. Franco declarou que, caso haja a aprovação da Reforma da Previdência será possível ver um “segundo semestre com a economia mais alegre e que virá, assim, a recuperação da confiança. Caso, contrário, será difícil”.

Segundo ele, esse início com a “execução abaixo do esperado na política econômica” foi ocasionado por atrasos na “nova equação política parlamentar que demorou um certo tempo e produziu ruído e sensação de que não ia funcionar”. Isso, segundo ele, leva as pessoas a colocarem o pé no freio até a “situação clarear”.

Outro ponto apontado por Franco é o desafio administrativo gerencial do Ministro da Economia Paulo Guedes que, segundo ele, é pouco falado. “Transformar os cinco ministérios e mais a Petrobrás numa estrutura gerencial capaz de produzir decisões, sugestões, medidas e pacotes”. Segundo Franco, o Ministério da Economia se organizou em sete secretarias e, cada uma delas, tem um tamanho de um ministério do jeito antigo e debaixo dela uma quantidade de técnicos de boa qualidade. “O desafio é organizar essas secretarias e secretarias especiais e colocar todas no mesmo nível e evitar desbalanceamentos”.

Franco também reforçou que “No Banco Central as coisas estão arrumadas há muito tempo, felizmente. Foi uma transição tranquila e inclusive a agenda continua a todo o vapor. Deve ser anunciado em breve algo de “regras cambiais” para que o Real fique mais conversível do que no passado.”

China e Estados Unidos

No panorama internacional, Franco destacou a guerra comercial entre Estados Unidos e China. “De um lado o modelo de democracia liberal Ocidental no seu esplendor e de outro lado o capitalismo de estado hipercompetitivo e mercantilista do Oriente. Dois modelos bem-sucedidos” Segundo ele, a China “cresceu extraordinariamente nos últimos anos e está destinada a ser a maior economia do mundo e já ameaçando a liderança americana em vários setores e de várias maneiras”.

“Talvez ameaçando mais o imaginário do que seja o jeito de produzir o progresso econômico. Essa rivalidade é difícil explicar como começou. Foi escalando de um jeito inesperado até que começaram a haver essas análises mais estruturais desse choque conceitual de dois modelos econômicos. Isso é ruim para a economia global”.

Para Franco a briga entre os dois países “dificulta o nosso o movimento”, se referindo à economia do Brasil. Mas, mesmo assim, revelou estar “moderadamente otimista” em relação à economia.

O Coffee Summit, do Cecafé, aconteceu no último dia 29, no Hotel Renaissance, em São Paulo.

CaféPoint

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