Consumo de café na China triplica nos últimos seis anos

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O consumo de café na China, cujo mercado é estimado atualmente em mais de US$ 1 bilhão ao ano, passou de 1,1 milhão de sacas em 2011/2012 para 3,2 milhões de sacas em 2016/2017, ou seja, praticamente triplicou nos últimos seis anos. Esses números apontam que a demanda por café nesse país cresce cerca de 16% ao ano, enquanto que o consumo mundial registrou aumento de aproximadamente 2% em dez anos, particularmente no período de 2004 a 2014. Esse aumento expressivo do consumo de café na China, país que possui mais de 18% da população mundial, é atribuído a mudanças nos hábitos de consumo da população, em função da urbanização, aumento do número de membros da classe média e melhora no poder aquisitivo da população.

Nesse contexto, o café solúvel aromatizado é o preferido dos chineses, pois 90% das vendas no varejo de café no país são de bebidas ‘3 em 1’, compostas por café, açúcar e creme. Esses dados e análises da performance do consumo de café na China foram destacados  pelo Bureau de Inteligência Competitiva do Café, da Universidade Federal de Lavras – UFLA, no Relatório Internacional de Tendências do Café (VOL.6/Nº08/ 30 SETEMBRO 2017), com base em dados da Organização Internacional do Café – OIC e Departamento de Agricultura dos Estados Unidos – USDA.

O Bureau da UFLA também destacou que o consumo de café no Reino Unido deverá ultrapassar o de chá preto até 2021. Tradicionalmente, o Reino Unido é um grande consumidor de chá, no entanto, seu consumo diminuiu de 1,9kg por habitante em 2002 para 1,4kg em 2016, em contraponto com o aumento expressivo das vendas de café. Nesse caso, a mudança de hábito de consumo é atribuída principalmente aos jovens, que utilizam os espaços das cafeterias como ponto de encontro e socialização, comportamento considerado moderno e contemporâneo.

Com relação ao Brasil, o Relatório Internacional de Tendências do Café, que está disponível na íntegra no Observatório do Café, do Consórcio Pesquisa Café coordenado pela Embrapa Café, também analisa o aumento da demanda por cafés certificados, tanto por Indicação de Procedência (IP) como por Denominação de Origem (DO). Segundo o Instituto Nacional  de  Propriedade  Industrial  (INPI), do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços – MDIC,  a  indicação  de  procedência  “refere-se  ao   nome do local que se tornou conhecido por produzir, extrair  ou  fabricar  determinado  produto  ou  prestar  determinado   serviço”. Enquanto que a denominação de origem “refere-se ao nome do local, que passou a designar produtos  ou  serviços,   cujas  qualidades  ou  características  podem  ser  atribuídas a sua origem geográfica”.

Nesse caso específico, o Bureau ressalta que as Indicações Geográficas (IG) são importantes ferramentas para a organização e promoção das regiões cafeeiras e, ainda, aponta as IG de café registradas no Brasil: Região do Cerrado Mineiro, que obteve a primeira IG para café do Brasil em 2005 na modalidade Indicação de Procedência (IP) e, em 2013, obteve a Denominação de Origem (DO); Região da Serra da Mantiqueira de Minas, que registrou a IP em 2011; Norte Pioneiro do Paraná, que obteve registro de IP em 2012; Alta Mogiana, recebeu a IP em 2013; e, por fim, a Região de Pinhal, que em 2016 obteve o reconhecimento da sua IP. Assim, cafeicultores dessas regiões contam com estímulo para desenvolver ações de promoção e marketing visando destacar as peculiaridades e atributos positivos dos cafés dessas regiões, o que, obviamente, também serve de exemplo para outras regiões produtoras dos Cafés do Brasil seguirem essa mesma trilha.

Para ter acesso ao Relatório Internacional de Tendências do Café, clique aqui.

Embrapa Café

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