Como melhorar os preços do café é o debate do primeiro painel do Fórum Mundial de Produtores

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O primeiro Painel do dia, no II Fórum Mundial de Produtores de Café 2019, teve como tema “O mercado como instrumento de proteção à renda dos produtores” e contou com a participação de José Marcos, diretor presidente da Minasul e conselheiro diretor do Conselho Nacional do Café (CNC); José Dauster Sette, diretor executivo da Organização Internacional do Café (OIC); Roberto Velez Vallejo, gerente geral da Federação Nacional dos Cafeicultores da Colômbia; Anna Illy, terceira geração da illycaffè e dona de uma empresa de torra fundada pelo avô em 1933; e Chad Trewick, fundador da Reciprocafé LLC. Os representantes apresentaram suas projeções e novidades nas empresas em busca de melhores condições nos preços para os produtores.

Sette apresentou um painel com as estatística que podem ter causado oscilações nos preços do café. No arábica temos um comportamento sem consistência ao longo do tempo. Existem algumas épocas, como 2013, 2014, que o café retomou os altos índices por causa da ferrugem na América Central. Nos últimos três anos, há pouca evidência de atividades que possam influenciar os preços. Para o canéfora, também faltam evidências fortes de especulações que puderam interferir nos preços.

A atividade especulativa tem poder e previsão sobre os preços no mercado à vista e períodos de tempo curtos e específicos. Assim, não foi encontrada nenhuma evidência de que esta atividade tenha afetado os preços do mercado à vista durante a queda do mercado iniciada em 2016.

Muito aplaudido por todos os participantes, Roberto Velez Vallejo acredita que o importante no momento é se preocupar com os preços do café e traçar um novo esquema econômico. Produtores seguem com o produto que não cobre os preços de produção. “Propomos uma cadeia sustentável para todo o setor. Que compartilhemos o valor produzido pela cadeia, já que a indústria ganha altos valores com o café e os produtores não. Desejamos uma indústria sustentável, beneficiando toda a cadeia”, completa.

Anna Illy apresentou o ponto de vista de uma empresa como a Illy, que tem o objetivo de gerar valor em todos os níveis da cadeia, compartilhando valores, desenvolvimento pessoal e respeito. “A missão da Illy é deliciar os amantes de coisas boas e lindas do mundo inteiro, com o melhor café que a natureza pode prover”, afirmou.

Segundo ela, a empresa italiana busca selecionar e motivar o produtor, transferir conhecimento, comprar diretamente, criar a comunidade Illy e oferecer um preço justo aos produtores, respeitando seus custos de produção.

Chad Trewick apresentou um projeto chamado Specialty Coffee Transaction Guide, ao lado de pesquisadores da Universidade Emory. A ideia é que grupos  de doadores de dados – torrefadores, importadores, exportadores e outros – entreguem detalhes de contratos, cobrindo transações especiais de café das últimas safras. O Guia informa sobre as distribuições dos preços recentes para cafés especiais verdes. Assim, é possível avaliar como o preço do café age no mercado.

38 empresas participaram da pesquisa, com dados de preços de cafés acima de 83 pontos. Segundo Chad, a pesquisa é uma alternativa para produtores e compradores entenderem mais sobre o produto comercializado. O comprador de café, por exemplo, olha o preço e a categoria do tipo de café que quer comprar. Pesquisas constantes são feitas para manter o guia atualizado, ajudando o produtor a entender melhor o preço do seu café. Ele pode ser lido no site https://www.transactionguide.coffee/home/en.

O II Fórum Mundial de Produtores de Café acontece até amanhã (11) na cidade de Campinas (SP).

Café Point

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