Colômbia tem queda de 22% na produção de arábica em julho; atenções se voltam para pico do La Niña

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Excesso de chuva há meses traz impactos negativos no segundo maior produtor de café arábica do mundo

A Federação Nacional dos Cafeicultores da Colômbia divulgou nova baixa na produção de café. De acordo com os dados, no mês de julho a produção caiu 22%, com 944 mil sacas de 60kg no país vizinhos. Há alguns meses o segundo maior produtor de café tipo arábica do mundo vem registrando baixas consecutivas na sua produção. No mesmo período no ano passado, a produção foi de 1,2 milhão de sacas.

No acumulado do ano, entre janeiro e julho, o volume de produção chegou a 6,4 milhões de sacas, volume 8% a menos que no ciclo nterior. Nos últimos 12 meses (agosto de 2021 a julho de 2022), a produção ultrapassou 12
milhões de sacas, 10% a menos em relação aos quase 13,4 milhões de sacas colhidos no período anterior.

No ano cafeeiro, entre outubro de 2021 a julho de 2022, a Colômbia registrou queda de 12% na produção com aproximadamente 9,9 milhões de sacas.

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Já com relação às exportações, a FNC divulgou que neste ano o volume caiu 1%, com 6,9 milhões de sacas embarcadas no período. Mas, no mês passado a queda é mais expressiva, de 14%, com um milhão de sacas exportadas. No mesmo período no ano passado, o volume foi de aproximadamente 1,2 milhão.

No ano cafeeiro, as exportações quase chegam a 10,2 milhões de sacas de 60 kg, 4% a menos em relação às quase 10,6 milhões de sacas exportadas no mesmo período anterior. E nos últimos 12 meses, as exportações caíram 2%, para quase 12,4 milhões de sacas.
contra quase 12,6 no ano passado.

 

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Impactos do La Niña

Diferente do que ocorre no Brasil, o fenômeno La Niña favorece o excesso de chuvas na Colômbia, deixando um ambiente favorável também para incidência da ferrugem. De acordo com informações do site “infobae”, o presidente da FNC, Roberto Vélez Vallejo, afirmou recentemente que em 2011, quando a produção no país vizinho caiu de 12 para 7 milhões de sacas com efeitos do La Niña, foi observado que em toda área de produção apenas 35% contava com variedades resistentes à ferrugem e que a partir de 2011 um trabalho junto com o Governo Nacional foi realizado e atualmente pelo menos 85% da área é composta por variedades mais resistentes.

“Agora passamos dois anos em que caiu muito mais água do que a média histórica e, apesar deste novo Niña, a produção não foi reduzida em 5, mas em 2 milhões de sacas. Claro, menos luz e solo mais úmido afetam o desempenho da planta. De qualquer forma, precisamos renovar 10% da área cafeeira a cada ano, mas para isso precisamos do apoio do Governo Nacional, entre outros porque essa questão de futuros exigia muitos recursos do Fundo Nacional do Café”, afirmou o presidente.

Com os modelos meteorológicos apontando para um novo pico do La Niña nos próximos meses, o presidente destacou ainda que é preciso monitorar de perto as condições e também a evolução dos preços nas bolsas, que oscilam bastante há algumas semanas, mas ainda trazem preocupação em relação à rentabilidade do produtor colombiano.

“Ter uma produção menor com eventual queda de preços é o segundo risco . E a terceira é que não sabemos o que vai acontecer com o clima. Se a tudo isso somarmos um fenômeno prolongado de La Niña e atingirmos uma produção reduzida por questões climáticas, estamos diante de um problema maior”, enfatizou Vélez.

Notícias Agrícolas

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