Cecafé projeta ritmo forte em exportações de café do Brasil nos próximos meses

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cafe04 cópiaAs exportações de café do Brasil deverão ter bom ritmo nos próximos meses, à medida que o país escoa uma grande safra de grãos da variedade arábica, disse nesta sexta-feira o presidente do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), Nelson Carvalhaes.

Em agosto, os embarques do maior produtor e exportador de café do mundo já começaram a se recuperar, com uma maior oferta do produto da nova safra chegando ao mercado, mas ainda ficaram abaixo do mesmo mês de 2015. Em julho, devido à baixa disponibilidade do produto, chegaram a cair quase 40 por cento na comparação anual.

“Deveremos entrar (a partir de setembro) em velocidade de cruzeiro na exportação brasileira, isso pelo menos até o início do ano que vem, quando teremos de reavaliar (como ficará o ritmo)”, afirmou Carvalhaes à Reuters, lembrando que antes da entrada da safra os estoques ficaram muito reduzidos após exportações e consumo interno em níveis elevados.

Com relação a projeções para exportações na safra 2016/17, Carvalhaes preferiu não fazer mudanças nas estimativas iniciais do Cecafé, que apontaram uma estabilidade no ano comercial ante 2015/16, quando houve um recuo de quase 4 por cento na exportação de café verde ante safra anterior, para 31,8 milhões de sacas de 60 kg.

“Vamos ter mais firmeza em meados de novembro sobre como encerraremos o ano (comercial). Gostaria de ver como vai ser a performance em setembro, outubro e novembro, que acredito será boa.”

Segundo Carvalhaes, o Brasil colheu uma “boa safra” de arábica e teve problemas no conilon (robusta), cujas lavouras foram afetadas pela seca no Espírito Santo e Bahia, levando os preços deste tipo de café a patamares recordes no Brasil.

Uma importante empresa de café solúvel pagou 500 reais pela saca de conilon (base CIF São Paulo), segundo relatou a corretora Flavour Coffee, na quinta-feira. O café arábica, que habitualmente é bem mais caro que o conilon, está sendo negociado na faixa de 500 reais no mercado paulista, segundo índice do Cepea.

De qualquer forma, o presidente do Cecafé avalia que o Brasil terá produto suficiente para suprir adequadamente os seus consumidores e exportadores, ainda que, no caso do robusta, os embarques devam continuar fracos.

“Acredito que vamos ter pouca oferta na exportação desse produto… e poderá ser substituído internamente por arábica… E como ele (robusta) é muito utilizado pelo consumo interno, acho que não haverá para exportações em grandes volumes.”

Reuters

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