Considerado um normal comportamento de mercado, em junho passado o frango vivo teve desempenho atípico, visto que os reajustes obtidos no mês não ficaram restritos ao período de maior concentração das vendas: estenderam-se até a segunda quinzena, quando o frango abatido já enfrentava refluxo na demanda e no preço.
Foram três reajustes no mês, todos de 10 centavos cada, nos dias 5, 7 e 16 de junho. Com eles, o frango vivo comercializado no interior paulista chegou à marca, inédita, dos R$5,60/kg, valor que se manteve até o final do período e que abre este segundo semestre de 2021.
A média do mês, igualmente inédita, ficou em R$5,52/kg, evoluindo 4,38% em relação ao mês anterior e situando-se 55,87% acima da registrada em junho de 2020. Notar, neste caso, que a variação anual foi inferior à alcançada em maio, de 76,40%. Pois, doravante, esse índice tende a um decréscimo contínuo. Não porque haja risco de retrocesso nos preços atuais, mas porque o ciclo de recuperação de preços teve início no segundo semestre de 2020.
Sob esse aspecto, aliás, o valor médio dos seis primeiros meses de 2021 (R$4,83/kg) está 51,77% acima do que foi registrado em idêntico período do ano passado. Mas na comparação com o segundo semestre de 2020 (R$4,17/kg) o incremento cai para apenas 15,78%, muito pouco frente, por exemplo, ao aumento de 40% no preço do milho (R$68,09/saca no 2º semestre do ano passado; R$95,39/saca no primeiro semestre de 2021).
Aparentemente – e como foi dito acima – não há risco de retrocessos nesta segunda metade de 2021 porque a oferta se mantém muito ajustada à demanda, garantindo a firmeza de mercado. Mas o desempenho do frango (vivo ou abatido) não depende só da oferta e procura, está profundamente relacionado ao desempenho das outras carnes (frente às quais permanece competitivo) e, sobretudo, à capacidade aquisitiva do consumidor. E este último fator pode se tornar o principal balizador de preços do setor daqui em diante.
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