Ainda sofrendo com o embargo europeu para as remessas de carne de frango in natura, o Brasil tem mantido as exportações da proteína para aquele continente, mas em forma salgada ou em conserva. As exportações de carne de frango salgada ou preparada principalmente para Reino Unido, Holanda e Alemanha cresceram de janeiro a agosto deste ano. De acordo com dados do Ministério da Economia, as remessas desse produto somaram US$ 215,35 milhões. É um avanço de 43,3% sobre o mesmo período de 2018. Em volume, foram 88,8 mil toneladas, o que significa 56,7% a mais no comparativo. Os dados são da Secretaria de Comércio Exterior, do Ministério da Economia.
A principal consumidora é a Holanda, que representou 57% do total enviado. O Reino Unido aparece depois, com 24% de participação, enquanto a Alemanha é o terceiro destino, com 12%. O país exporta ainda para Suíça, Bélgica, Albânia e Irlanda. Quase 60% da remessa de carne de frango e de peru salgados são feitas por Santa Catarina.
De acordo com Jorge Lima, vice-presidente da Associação Catarinense de Avicultura (Acav), a carne de frango e de peru salgados tem como destino clientes específicos da agroindústria brasileira. “São cortes com valor agregado maior que chegam à Europa para clientes especiais”, cita, referindo-se a empresas que destinam os produtos a aos consumidores, como redes de fast food.
Em geral, também são cortes mais nobres do frango. É o caso do topo de peito, da coxa e sobrecoxa. “Esses cortes variam de mercado para mercado, mas são produtos com preço maior”, comenta.
Lima afirma que o resultado positivo das exportações de carnes salgadas nesse ano, na verdade, se devem ao ano passado. “Se comparar com 2017 ou 2018 vamos ter resultado extremamente positivo”, diz. No entanto, ele acredita que daqui para frente “teremos resultado promissor”. A avaliação do setor avícola é de que ocorra um crescimento contínuo nas exportações de aves como um todo.
EM CONSERVA
Além das partes nobres do frango, o Brasil tem exportado outros itens considerados menos nobres para os mesmos três principais consumidores da proteína salgada. É o caso de miúdos das aves, como a moela. “Menos o coração, que é consumido todo aqui no Brasil”, ressalta, Jorge Lima, vice-presidente da Acav.
As remessas desses produtos geraram receita de US$ 193,84 milhões entre janeiro e agosto deste ano. Um valor 8,1% acima do registrado em igual período de 2018. Em volume, foram 65,2 milhões de toneladas.
Reino Unido é o principal importador, com 46% da fatia. Na sequência, aparece Alemanha, com 19% de participação. A Holanda, que é o principal destino da proteína salgada, é o terceiro destino nesse caso, com 17% do total.
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