ARTIGO – “Produção do Conilon: Espírito Santo irá colher metade da safra colhida em 2014”, por Fábio Partelli

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As respostas confirmaram que a queda da produção do Conilon será de aproximadamente 30% no Estado, comparado com a produção de 2015. Previsão média de 35,6% de queda do Conilon, comparado a 2015, nos principais municípios produtores de Conilon.

Dessa forma, existem grandes divergências entre os órgãos oficiais (baseados em estatísticas) e a opinião dos Secretários Municipais de Agricultura. Entendendo as diferenças:

1. Secretários Municipais de Agricultura: Em pesquisa amostral ao acaso com oito secretários municipais de agricultura (Boa Esperança, Jaguaré, Linhares, Nova Venécia, Pinheiros, São Gabriel da Palha, São Mateus e Vila Valério), fiz a seguinte pergunta, de forma clara e repetitiva: Qual a queda esperada da produção de Conilon do seu município, comparada a produção de 2015, não ao potencial, mas comparado a 2015?

Pois, a resposta foi uma média simples (não ponderada) de queda de 35,6%, sendo o pior resultado levantado em Nova Venécia e Vila Valério). Concordo plenamente com os Secretários desses municípios, o que me faz sugerir que a queda no ES será em torno de 30% comparado a 2015. Desde dezembro tenho dito que a queda da produção de café Conilon no Espírito Santo, comparado a 2015, seria em torno de 30%.

Assim, a produção de 2016 será aproximadamente a metade da produção de 2014. O Estado teve queda de 21% em 2015, comparado a 2014 (Conab) e agora com queda esperada de 30%). Nossa produção, infelizmente, será inferior à obtida em 2001, que foi de 5,93 milhões de sacas.

2. Resultados do IBGE. Prevê 3,26% de crescimento da produção de 2016, comparada a 2015 de Conilon no Brasil (http://www.sidra.ibge.gov.br/bda/prevsaf/).

3. Estimativa da Conab. Prevê queda média de 0,8% da produção de 2016, comparada a produção de 2015 do Conilon Capixaba (http://www.conab.gov.br/OlalaCMS/uploads/arquivos/16_01_20_17_01_56_boletim_cafe_-_janeiro_2016.pdf) – Tabela 12.

4. Reportagens em jornais / Incaper. Prevê produção 35% menor que a esperada, não com a produção de 2015. Faz uma estimativa comparada com a produção aguardada antes dos problemas climáticos. O Jornal relata que a produção seria de 11,5 milhões apenas de Conilon. Os valores de produção anunciados na reportagem para 2016 são idênticos às previsões da Conab.  (http://jornais.fivepress.com.br/agazeta/201601222300/PDF/ag22caeo027.pdf) – 4º parágrafo.

5. E os preços. Índice de preços da OIC atingem menor nível em dois anos em janeiro. Um dos motivos da queda do preço no mercado internacional é a maior oferta do Conilon no Vietnã e os anúncios de safra Record de café no Brasil anunciado pela Conab. (http://www.redepeabirus.com.br/redes/form/post?topico_id=60134). NOTA: O preço no Brasil esta atrativo principalmente devido a desvalorização de real frente ao dólar.

Lanço apenas quatro perguntas:

Porquê tanta diferença entre as previsões dos Secretários e os órgãos oficiais?

Porque ninguém anunciou safra recorde do conilon antes do problemas climáticos?

O preço cai ou sobe quando se prevê alta produção de café?

Quem é beneficiado com anúncios de alta produção?

 

 

 

Fábio Luiz Partelli
Engº Agrônomo, Dr. em Produção Vegetal
Prof. da Universidade Federal do Espírito Santo
Coordenador do PPG em Agricultura Tropical 
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