ARTIGO – Amarelecimento das folhas do cafeeiro conilon

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por Gilberto M. Tessaro – Engenheiro Agrônomo – Consultor Técnico da Cooabriel e

Perseu F. Perdoná – Engenheiro Agrônomo – Coordenador Técnico da Cooabriel

Foto: Cooabriel

Estamos em um ano em que, felizmente, as lavouras de café, de um modo geral, apresentaram bom nível de produção, e isso naturalmente exige grande demanda energética por parte do cafeeiro. Contudo, diante de preços elevados dos fertilizantes e demais insumos, e em uma realidade de preço baixo para o café, muitos produtores não fizeram o investimento adequado na nutrição e manejo fitossanitário das lavouras.

O que tem sido observado nas regiões de abrangência da cooperativa é que muitas lavouras começaram a apresentar um amarelecimento nas folhas mais velhas que, por conseguinte, resulta em queda prematura.

CAUSAS PROVÁVEIS DO AMARELECIMENTO

Muito embora sabendo da gravidade do problema em perder folhas do cafeeiro próximo à floração, tal fenômeno ocorre por diversos motivo:

  • Longo período sem adubação: A planta, assim como o ser humano, depende de nutrientes durante todo o tempo, e nem sempre a quantidade presente no solo supre sua demanda. Nesta época do ano, o cafeeiro drena grande parte das suas reservas na realização de um processo conhecido como diferenciação floral (formação da flor), e como a grande maioria dos cafeicultores faz um longo intervalo de adubação durante a safra, a planta começa a extrair os nutrientes das reservas presentes no caule e nas folhas mais velhas, que consequentemente começam a amarelecer e caem prematuramente.
  • Carga alta: Assim como um atleta de alta performance, a planta com alta carga depende de muitos recursos (adubo, água, cuidado com pragas e doenças, etc), se um ou mais destes recursos faltarem ou forem fornecidos em quantidade insuficiente, a planta enfraquece e precisará de um certo tempo para se recuperar.
  • Estresse devido ao frio: Apesar de o resfriamento não matar diretamente as células vegetais, ele reduz o fluxo de água das raízes e, então, interfere na transpiração e na nutrição do vegetal.
  • Longo período sem água: Caso o produtor não monitore regularmente a umidade do solo, pode ocorrer redução acentuada da umidade e a falta de água compromete diretamente o desenvolvimento do cafeeiro.
  • Excesso de ventos: Nesse período do ano é comum a ocorrência de fortes ventos, que, por sua vez, afetam o crescimento das plantas de três maneiras: absorção de carbono CO2, efeito mecânico sobre as folhas e ramos e na transpiração. O café, por ser uma cultura perene e de porte médio, é afetado negativamente pelos efeitos dos ventos.
  • Atraso na poda: A operação de colheita do café causa uma série de lesões na planta, e para a sua recuperação é necessário que seja feito uso das reservas de energia do cafeeiro. Quando a poda é feita logo em seguida à colheita, existe uma redução na quantidade de energia gasta para sua recuperação, pois é feita uma limpeza no cafeeiro, ficando apenas os ramos viáveis.

É importante lembrar que, por ser uma planta perene, o cafeeiro tende a viver muitos anos. Sendo assim, ressaltamos a necessidade de observar os pontos discutidos acima e cuidar para que no futuro, a lavoura fique equilibrada e forte, não repetindo o problema ocorrido nesta safra.

Cooabriel

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