Além da seca, produção agrícola de Colatina foi impactada pela lama no Rio Doce

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Cidade de Colatina - Edgar Gatti

Cidade de Colatina – Edgar Gatti

O portal Campo Vivo faz uma série de entrevistas com os secretários de agricultura dos municípios mais importantes para o setor no Espírito Santo. Você acompanha quais são as propostas e os desafios que os novos gestores tem pela frente em seus mandatos.

A entrevista desta segunda-feira (23) é com o Secretário de Agricultura de Colatina, Lauristone da Silva.

Confira:

Colatina é uma das cidades da região noroeste do estado que mais sofreu com a chegada da lama de rejeitos de minério no Rio Doce, principal fonte de abastecimento humano da cidade e de onde os produtores rurais, que tem lavouras às margens do rio, captavam água para irrigar suas produções. Com a falta de chuva, a situação ficou ainda mais complicada. A produção de café e leite foram as mais prejudicadas. O cultivo de cacau, pimenta, frutas e legumes, também foram impactados.

Alguns produtores utilizam a água do rio para irrigação. Mas para isso, precisaram fazer investimentos em equipamentos para o processo de decantação, que separa e descarta as partículas submersas que aumentam o nível de turbidez da água e que poderiam danificar os equipamentos de irrigação.

A produção de café em 2016 teve uma queda de quase 45% se comparado com a produção de 2015. E a expectativa para este ano também não é a das melhores.

Lauristone da Silva, Secretário de Agricultura de Colatina/Divulgação PMC

Lauristone da Silva, Secretário de Agricultura de Colatina/Divulgação PMC

“A maioria dos nossos rios tiveram uma seca considerável e o principal, o Rio Doce, com o problema da lama. Temos registros de mais de mil famílias no interior que estão com a captação de água para consumo próprio prejudicada”, disse o secretário de agricultura de Colatina, Lauristone da Silva.

A produção de leite também foi bastante impactada com a seca. Em 2015, a produção foi de 310 mil litros, já em 2016, foram produzidos 103 mil litros de leite. Uma queda de quase 70%.

Lauristone disse ainda que nos últimos dois anos, houve um aumento na demanda do município para a construção de barragens e caixas secas. A nova gestão pretende construir cerca de 20 pequenas barragens por ano e reduzir os impactos da estiagem com o armazenamento de água.

“Nós pretendemos ampliar os serviços de assistência aos produtores rurais de Colatina e vamos buscar parcerias com órgãos estaduais para promover projetos e não deixar que a produção seja tão prejudicada”, pontua.

A perda de produção por causa da seca fez com que a renda dos produtores rurais diminuísse, principalmente os da agricultura familiar. A prefeitura pretende auxiliar os produtores com cestas básicas.

“O projeto está em fase de elaboração e estamos fazendo em parceria com a secretaria de assistência social para buscar recursos para aquisição de cestas básicas que serão dadas aos produtores que foram prejudicados pela seca. É uma forma de amenizar a situação complicada dos produtores que estão passando por dificuldades financeiras por causa da queda na produção”, esclarece o secretário.

Redação Campo Vivo

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